Há pelo menos 15 anos muitas publicações científicas sugerem que exista uma via de comunicação e relação entre as inflamações intestinais e lesões em neurônios inflamados, gerando achados clínicos do transtorno do espectro autista (TEA). Posteriormente foi encontrada uma via através do sistema linfática que liga o sistema neural e o sistema intestinal.
Há uma quantidade imensa de informação sobre os parâmetros do título do artigo, nosso foco será explicar o básico e sinalizarmos uma melhora clínica que pode chegar a remissão do autismo baseada apenas em uma dieta livre de potenciais alimentos que possam contribuir para o processo inflamatório intestinal e que substâncias resultantes possam afetar diretamente neurônios cerebrais de desempenhar suas funções normais.
Primeiro precisamos entender que AUTISMO não é uma patologia simples, SEMPRE haverá mais patologias psiquiátricas associadas (Transtorno Opositivo-Desafiador, Transtorno de Ansiedade, Epilepsia, doenças genéticas diversas, etc.), e deve-se considerar que algumas destas patologias pode ter efeito superior a patologia AUTISMO.
Vamos ao mundo real, não é fácil diagnosticar autismo, assim como as comorbidades associadas e mais ainda qual o grau que cada uma se encontra, as escalas clínicas completas são complexas, como já sabemos que existe uma relação entre autismo e alergia e/ou intolerância alimentar, podemos trabalhar em uma melhorar clínica sem que seja necessário um extenso e demorado diagnóstico.
Todo AUTISTA tem algum tipo de alergia é um fato, está alérgica pode se manifestar no sistema respiratório ou cutânea.
A terapia para tratamento da inflamação intestinal, que tem grandes chances de ser a desencadeadora das questões inflamatórios neurológicas começam com um exame onde são determinados quais os possíveis alimentos causadores, seguem os principais suspeitos:
TRIGO (GLUTEN), CASEÍNA, LACTOSE, ALFA-LACTOALBUMINA (LEITE), OVOS, TOMATES, BERINJELA, ABACATE, PIMENTÃO VERMELHO, SOJA E MILHO.
Os alimentos descritos acima, apresentam estatisticamente, uma relevância quando analisados como desencadeadores de alergia alimentar/intolerância alimentar em pacientes AUTISTAS.
Temos que ter em mente que não basta simplesmente excluir estes alimentos da dieta do paciente AUTISTA, por dois motivos, um é simplesmente porque o paciente pode não aceitar a troca de uma alimento por outro, isto tem a ver com o psique de interpretação doa paciente AUTISTA, por exemplo, se ele gosta de alimentos crocantes ele não vai querer trocar por um alimento macio, isso pode parecer asqueroso para ele, então deve ser muito bem ponderada a questão da troca de alimentos com relação a aceitação. A outra questão está relacionada a alimentos que contenham a substância de forma oculta, SIM. OS RÓTULOS NÃO CONTAM TUDO.
Um teste deve ser realizado para avaliar a questão alergia alimentar/intolerância alimentar, inclusive ambos podem estar presentes, pois muitos alimentos compartilham sustâncias constituintes. Então, alimentos crus e testes de puntura podem ser aplicados. Não focaremos nas diferenças de alergia e intolerância, vamos deixar para outro momento.
Indo direto ao ponto:
AUTISMO é causado por alimentos?
Os estudos apontam que pode existir uma propensão genética, mas que a alimentar está diretamente relacionada a piora dos sintomas clínicos.
AUTISMO tem cura?
A palavra utilizada é remissão, estatisticamente podemos falar de remissão em de 1 em 3 pacientes com AUTISMO. Seguindo uma dieta personalizada.
Em quanto tempo posso esperar a remissão do AUTISMO?
Haverá grandes variações, devemos considerar a questão do grau de AUTISMO, idade, metabolismo, o grau de inflamação que se encontra no momento que foi iniciada a dieta personalizada e quanto tempo será necessário até a completa adaptação a esta nova dieta.
Mais informações podem ser consultadas nas referências abaixo:
Sabra, A. et al. Inflamação no sistema nervoso central, alergia alimentar e transtorno e do espectro autista. Journal of food allergy. V. 6, n. 1 – 2017, pág. 5-7.
Lopes, R. R. S. and Sabra A. Intolerância à lactose em uma creche do município de Duque de Caxias: avaliação da sintomatologia. Journal of food allergy. V. 6, n. 1 -2017, pág. 8-17.
Sabra, A., Tenório, I and Lacerda, D. Oral allergysyndrome (OAS). Journal of food allergy. V. 6, n.1, – 2017, pág. 18-26.
Sabra, A., Tenório, I and Sabra, S. The prevalence of cell mediated immune response in children with food allergy in Rio de Janeiro. Journal of food allergy, v. 6, n.1 -2017, pág. 27-30.