A resposta é um promissor “Vai Muito Além”
Quando nascemos, até os 3 anos de idade (é uma média, pode ser menos ou mais), temos a chance de “ensinar” ao nosso sistema imunológico como será o mundo em que viveremos, então, nós humanos levamos nossos bebês a parques, jardins, ao zoológico, a praia, a passeios em florestas, em campos, viajamos para lugares diferentes, fazemos nossos bebes experimentarem os tipos mais diferentes de comidas, legumes carnes, bebidas, sopas, iguarias, chás, etc. Isso é o que deveríamos fazer, mas preferimos crer que manter a criança em ambientes controlados para que não se exponham a “germes” ou “contaminantes” poderiam comprometer a saúde de nossos bebes e na verdade estamos “jogando fora” a oportunidade, a única oportunidade de criar um filho plenamente saudável e capaz de viver em qualquer ambiente. Quando não expomos nossos bebês a estes ambientes, nosso sistema imunológico acredita que aquele quarto será o ambiente de toda a vida (a conclusão se dá aos 3 anos de vida), está aí como é o ciclo das alergias humanas.
O problema vai além das alergias, pois o sistema imunológico de um bebê que não experienciou ambientes diferentes, também não sabe diferenciar o que são muitos patógenos, pronto tem uma porta de “entrada aberta”. Na prática, abrimos a porta, mas “achamos que não é nada” e quando percebemos “que é alguma coisa maligna”, reagimos violentamente, é uma analogia bem real de como nosso sistema imunológico reage e o entendemos como “reagir violentamente” é chamado de inflamação (processo inflamatório), e isso não é nada bom quando ocorre de forma exagerada, muitas vezes é pior que o próprio causador que é eliminado, mas o processo inflamatório continua de forma crônica e destrutiva. Parece familiar, e é sim, Sars-Cov-19 é um bom exemplo, Herpes (qualquer das variações), influenza, Zika, Dengue, etc.
Usar o lisado de C. parvum é como dar uma segunda chance para que o sistema imunológico aprenda de forma correta a solucionar uma situação, ou seja, o vírus deve ser identificado nas primeiras linhas de defesa, ou seja, toda a imunidade inata deve ser capaz de perceber o vírus e comunicar ao sistema mais aprimorado, a imunidade ativa, quando temos essa integração e células suficientes impedimos o “avanço” do vírus, da bactéria ou do protozoário.
O principio básico é simples, o C. parvum é uma “isca” de aprendizado e integração, então, quando testamos de forma real temos o resultado desejado, destruição do “invasor” com o mínimo de esforço (processo inflamatório).
Todo o texto acima esta presente em dezenas de artigos científicos, mas não com a mesma coerência e facilidade de interpretação. Nada que seja difícil demais de se entender, realmente, deve existir. Essa é uma interpretação do conceito da parcimônia (o caminho mais simples é sempre o mais correto), mas não seremos ingênuos de acreditar que regras não têm exceções.
Explicações usando analogias do cotidiano (ou expressões coloquiais), ajudam a simplificar o entendimento da imunologia, mas para profissionais da área de saúde e acadêmicos que queiram saber a fundo quais são os mecanismo imuno-bioquímicos envolvidos, podem consultar o texto “Resposta Imune nas Mucosas”.
Referências Bibliográficas
[01] Abbas, A.; Lichtman, A. H. e Pillari, S. Imunologia Celular e Molecular. 9ª Ed., Brasil, Gen Guanabara Koogan ,2019.