Para entendermos esta relação precisamos saber o que é “Lisado de C. parvum”, esta frase entre aspas significa, por parte – Lisados – São fragmento, pedaços pequenos de alguma coisa; C. parvum é o nome antigo de uma bactéria. Está bactéria já recebeu outros dois nomes, mas isso é irrelevante, pois continua sendo a mesma bactéria. A questão é porque fragmentos (lisados) desta bactéria (C. parvum) desempenham uma ação sobre o sistema imunológico dos mamíferos? A verdade é que qualquer bactéria patogênica ou não faria isso, mas como está bactéria faz parte de nossa flora comensal (bactérias que existem em harmonia na superfície do corpo humano), a segurança em relação a sua toxicidade e virulência, é baixa, ou seja, é segura para ser utilizada como um lisado bacteriano, mesmo na forma injetável.
Mas injetar bactérias íntegras ou fragmentadas (lisado) causa febre?
Tudo depende da quantidade e esse é exatamente o principio da farmacologia, a diferença entre medicamento e veneno é a dose (quantidade usada) e o mesmo acontece aqui. No caso do lisado bacteriano de C. parvum a dose máxima que usamos é de 0,5mL, o que é matematicamente incapaz de causar febre como um efeito colateral. De qualquer forma, mesmo que ocorra a febre em doses mais altas, tal como 1,0mL, não será uma febre incontrolável e insuportável, não será nada que um antitérmico comum não possa resolver (o benefício do uso é maior). A questão em jogo sempre será: o benefício é maior que o risco (neste caso um risco baixo)? A resposta é um saudoso SIM
Há poucos medicamentos no mundo obtidos de forma tão natural e simples que tenham a capacidade de alterar o curso de um sistema da magnitude de nosso sistema imunológico.
Calma, vamos responder a pergunta de porque o Brasil tendo o único produto registrado no mundo capaz de melhorar as capacidades do sistema imunológico de reconhecer e destruir os mais diversos vírus, não utilizou este medicamento? Preferindo outros medicamentos contraditórios.
A questão é meramente cultural, utilizar medicamentos de origem biológica, ou seja, imunobiológicos não faz parte de nossa cultura geral, há poucos profissionais habilitados, pouca ou nenhuma propagando disseminada. A ciência por trás dos imunobiológicos, tais como, os lisado de C. parvum são farmacológicos e envolvem relação receptor-ligante. A grande maioria destes medicamentos acaba sendo elitizados, permanecendo em um ciclo de atender a uma demanda pequena, o que gera um alto custo de produção, onerando o paciente que precisa fazer uso.
Outra questão é a de que se temos um medicamento que age sobre o sistema imunológico melhorando suas atividades de reconhecimento e destruição, que vão além de vírus e abrangem bactérias, fungos e protozoários, reduziríamos o uso dos medicamentos que chamamos “Dose-Efeito”, em uma sociedade em que o consumo de medicamento é vista como commodities, o impacto direto pode ser a redução do uso de medicamentos “Dose-Efeito”.
A priori os brasileiros, assim como, muitos povos do mundo utilizam medicamentos como esse nos mesmos moldes: Rússia, Itália, França, Ucrânia, Índia, China, Tailândia, entre muitos outros.
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